quinta-feira, 29 de novembro de 2012

O Sertanejo, de José de Alencar

O Sertanejo, romance da fase regionalista (ou sertanista) de José de Alencar, publicado em 1875, põe em cena o interior nordestino do século XVIII, onde se desenrola a trajetória repleta de heroísmo de Arnaldo, vaqueiro cearense, homem do campo, simples, mas bravo lutador que tudo enfrenta por amor e por seus ideais. Os dias e os trabalhos do vaqueiro traçam um painel do Nordeste do Brasil.
A obra apresenta uma prosa com personagens característicos do sertão. Onde o personagem-narrador é Severino, que ao longo do texto tenta se definir, mas com tudo o que fala não consegue, por isso Severino passa a ser como uma figura genérica, ou seja, passa a ser a característica do povo sofrido pelas difilculdades como a fome,sede e miséria.
O Sertanejo é o último romance que Alencar publicou em vida. É uma espécie de síntese de suas características literárias. Seu personagem central é Arnaldo Loureiro, destemido vaqueiro a serviço capitão-mor, Arnaldo Campelo, que enfrenta os mais sérios riscos na esperança de constar a simpatia da filha do fazendeiro.

Arnaldo é apresentado no romance como homem arredio, bom, simples e servidor, primeiro vaqueiro de uma fazenda, figura excepcional e misteriosa, com o pleno conhecimento e domínio da natureza, tendo hábito de dormir no alto de árvores na mata, cercado de animais selvagens, sabendo distinguí-los como ninguém.

personagens principais
Arnaldo Loureiro (destemido vaqueiro),Arnaldo Campelo, Dona Flôr (que é prometida a Leandro Barbilho, que morre em tiroteio no instante do casamento),Marcos Fragoso (único rival de Arnaldo).


 

Autores e obras Regionalistas

josé de Alencar (1829-1877)
Nascido no Ceará, exerceu cargos políticos durante sua vida da qual passou grande parte na cidade do Rio de Janeiro e de São Paulo.

Principais obras de Romance Regionalista:
O Sertanejo (1875)
O Gaúcho (1870)
Til (1872)
O Tronco de Ipê (1871)
Franklin Távora (1842-1888)
Cearense, atuou politicamente e cumpriu a função de transitor do romantismo para o realismo.

Principais obras de Romance Regionalista:
Um Casamento no Arrabalde (----)
O Cabeleira (1876)
O Matuto (1878)
O Sacrifício (----)
Visconde de Taunay (1843-1899)
Membro da elite do Rio de Janeiro, foi defensor da abolição e exerceu cargos militares e políticos ao longo de sua vida.

Principais obras de Romance Regionalista:
Inocência (1872)
A Retirada da Laguna (1871)
 Características das obras e principais autores
José de Alencar
(Sul)
Nesse tipo de romance Alencar se destaca por apresentar heróis regionais ou históricos em suas obras, ele também critica a presença dos portugueses, mas reconhece o valor dessa cultura na formação do pais. Caracteriza-se por revelar um quadro muito próximo da realidade, com uma natureza muito exuberante e menor foco nas mulheres.“Quando os seres habitam as estepes americanas, sejam homem, animal ou planta, inspiram nelas uma alma pampa. Tem grandes virtudes essa alma. A coragem, a sobriedade, a rapidez são indígenas de savana.” - trecho de O Gaúcho
Franklin Távora
(Nordeste)
Grande defensor do regionalismo, acreditava na visão separatista das culturas brasileiras (norte e sul). Desse modo, dava importância à necessidade do conhecimento das diferentes regiões para escrever sobre elas. Por conta disso, criticava a produção de Alencar, que, segundo ele, abordava o Brasil como um todo e, portanto não era digno de imprimir um caráter nacional. A maioria de suas obras se passavam em Pernambuco durante o século XVIII e revelavam elementos desconhecidos sobre o norte.“Proclamo uma verdade irrecusável. Norte e sul são irmãos, mas são dois. Cada um há de ter uma literatura sua, porque o gênio de um não se confunde com o de outro.” 
Visconde de Taunay
(Centro- oeste)
É reconhecido como o mais equilibrado dos românticos regionalistas pelo seu senso de observação e análise e grande conhecimento das terras brasileiras. Desse modo, não dá grande importância aos sentimentos, sendo o mais realista possível. Em suas obras se caracteriza pela presença do falar colonial, o que as torna naturais e populares. Por ser tradicional, dá muito valor à honra e outros valores europeus.“Quando o sertanejo vai ficando velho, quando sente os membros cansados e entorpecidos, os olhos já enevoados pela idade, os braços frouxos para manejar a machadinha que lhe da o substancial palmito ou o saboroso mel de abelhas, procura então quem o queira para esposa, alguma viúva ou parente chegada, forma casa e escola, e prepara os filhos e enteados para a vida aventureira e livre que tantos gozos lhe deram outrora.” - trecho de Inocência
 
 
 

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Principais Autores E Obras Do Romance Regionalista

Um dos principais autores do romance regionalista é José de Alencar com sua famosa obra “O Sertanejo”, que mostra o interior do Nordeste (Ceará, terra natal do autor) no século XVIII e onde se passa a história de Arnaldo, vaqueiro cearense que luta pelo amor da filha do dono da fazenda em que trabalha, D. Flor. Arnaldo é apresentado no romance como o homem simples do campo: primeiro vaqueiro de uma fazenda, conhecedor da natureza (conhece os animais e as matas) e participa das cavalhadas, como aconteciam na Europa no período medieval. O cotidiano do vaqueiro serve para mostrar como era a vida no nordeste brasileiro e exalta os costumes do interior.

“O Sertanejo” é o último romance de Alencar e apresenta todas as suas características literárias: amor idealizado, nacionalismo e etc...
abaixo podemos conferir uma imagem sobre o sertanejo a obra mais famosa de jose de alencar,no romantismo regional


Características do Romance Regionalista

O romance regional surge na primeira metade do século XIX com a intenção de revelar paisagens e costumes pouco retratados nos antigas obras românticas. Os romances passam a exaltar agora aspectos específicos de cada região, revelando assim um lado exótico do país. Esses textos retratam o território nacional e dão ênfase aos grandiosos cenários típicos do interior do Brasil, construindo assim uma nova imagem da pátria.
Ainda recentemente independente, o Brasil procura definir a identidade de sua nação através de mitos que retomam e valorizam sua história. Para isso, cria-se uma personagem de valores dignos e heróicos promovendo ao público leitor o sentimento de amor à pátria. Tomando lugar do índio, o sertanejo passa a ser o símbolo do homem brasileiro mais utilizado pelos principais autores da época: José de Alencar, Alfredo d’Escaragnolle Taunay, Franklin Távora e Bernardo Guimarães. É importante ressaltar que mesmo o interior do Brasil não sofrendo tanta influência européia como os centros, as histórias continuam com elementos característicos da literatura romântica, baseadas no modelo europeu.
As obras são destinadas, como no período anterior, a classe média dos centros urbanos e são publicadas através de jornais em pequenos encartes conhecidos na época como folhetins. Com o tempo, o público começa a se interessar por esses romances, o que estimula a publicação de livros, favorecendo o desenvolvimento da cultura livresca.